sei
ao chegar a casa
qual de nós
voltou primeiro do emprego.

tu
se o ar é fresco.

eu
se deixo de respirar.




subitamente.
em novos poemas quotidianos, antónio reis

tivesse ainda tempo e entregava-te o coração

uma mesa desalinhada. um tapete sujo. uma pessoa na rua. um candeeiro apagado. uma varanda sem guarda. uma guitarra. um copo de vidro. um armário vazio. uma cadeira no chão. um carro vermelho. um sorriso mascarado. uma estrela. uma luz. amarelo. um silêncio miudinho. um silêncio. um acorde. uma janela escura. uma árvore. vermelho. uma carta aberta. um chão. preto. uma bola em renda. um degrau. um abraço. verde. um passeio. um adeus. um cachecol aos quadradinhos. uma confissão. azul. um branco. um desenho. um S no céu. um branco. um frio. um pássaro. uma lágrima. um parapeito. um branco. um encontro. uma sala. um vidro. um quadro. uma presença. um acorde. uma bebida quente. uma palavra. um ponto de luz. um quarto fechado. uma corrida. um choro. uma estrada vazia. alguma coisa estranha,mas não sabemos o que é.

dá-me a mão.